30 de julho de 2010

Quando (poema sem adjetivos)


Amar é quando eu digo:

- “Amo!”

sem saber a quem?


Ou quando abraço e beijo

e tomo o seu sobejo?


Todos perseguimos

a pureza do amor...

e ele nos resiste.


O amor consiste

nessa ilusão do uno

que partiu-se.


Os adjetivos atrapalham

a vida e o amor.


O amor se despetala

é quando eu digo:

- “Amei!...”


Francisco Miguel de Moura

14 de julho de 2010

Tempo Íntimo

Inscreve teu poema no tempo

como no tempo estás inscrito: -

um silencioso grito

juntando os cacos da solidão.

Estás partido,

e teu poema é só um eco

sem raízes ou audível chão.

Contudo cantas,

e tua voz, rouca, vai desvendando

as faces do mundo

sob tua pele escondidas.

Canta, canta que aprenderás

o tempo, teu relógio de pulso

ecoando efêmero teu coração

— o relógio enorme da catedral


e o silêncio.


(Moranno Portela)

2 de julho de 2010

Vamos fechar as barreiras que a família real abriu, por favor!

Se foi possível conhecer esse ex-jovem aí da figura sem ler as letras que escrevo, maravilha! Evita a minha ambígua descrição: uma como o roqueiro e grande músico que é e a outra como pé-frio, inconveniente que é e torcedor que não é.

Nessa hora em que até o Ratinho faz uma mesa redonda e procura uma explicação pra derrota do Brasil, ali no programa dele; nessa hora que o Milton Neves falou, buzinou, se (e me) estressou, criticou, fez a propaganda dele, encheu meu saco até me fazer trocar de canal; nessa hora que até aquele apresentador da Globo que faz a Central da Copa, Thiago Lifer, ficou triste... a coisa que todo mundo faz é discursos sobre o jogo de hoje e sobre o que aconteceu naquele segundo tempo e apontar o dedo indicador, ou pelo menos as palavras, a alguns tantos que, com argumentos invejáveis, merecem o títulos de culpados.

Como eu faço parte desse "todo mundo" fui atrás de um culpado também. Quero somente sair da mesmice de culpar Dunga, Felipe Melo, Júlio César, Michel Bastos, Luís "Fabulani" (como disse Marcelo Tas), ou toda a escalação (bem ou mal feita - vai do ponto de vista) da seleção... Vou culpar aquele que pra mim, foi o Coxinha da vez.

Esse cidadão inglês aí da caricatura, foi um dos maiores responsáveis pela nossa derrota...

Depois de ir torcer pra Inglaterra, EUA e mais alguma outra que eu esteja esquecendo, foi torcer, com certeza contra a nossa vontade, pela nossa seleção. A intenção dele foi até boa, mas, definitivamente, o que vale não é a intenção!

Se eu fosse um hermano, diria um muito obrigado inexorável ao Mr. Jagger por ter se deslocado ao Nelson Mandela Bay e ter feito ao contrário do holandês Johan Cruyff que disse que não pagaria para ver um jogo do Brasil nesta Copa do Mundo, questionando a falta de magia na equipe de Dunga e igualando-a aos demais times dessa copa. Esse nobre holandês deve ter se arrependido, se não tiver ido ao estádio nessa sexta (já sábado, lá na África).


Portanto, meus parabéns Dunga, comissão técnica e jogadores pelos 405 minutos de futebol que vós se dispuséreis a participar... E minhas lamentações pelos últimos 48 minutos da nossa torcida, há algumas horas.

Resumo com o que resumiu isso tudo o grande Dodó Macedo: "no segundo tempo, os titulares do Brasil foram substituídos por clones."